quarta-feira, 30 de junho de 2010

Eleições para reposição de vagas no Conselho de Cultura de GV


Como postado no dia 24 de junho, aconteceu, no Departamente de Cultura da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer de Governador Valadares a eleição para preencher os cargos em vacância no Conselho Municipal de Cultura que eram: 02 (dois) cargos de titular e 03 (três) cargos de suplência.

Compareceram 20 pessoas abrangendo algumas das mais influentes classes de atuação artística da cidade. Membros dos grupos Arte Fino, Atrás do Palco, Trupe Teatral Pitaco e Arte Vida representaram o teatro e as artes cênicas; a poetisa Estela, da Academia Valadarense de Letras representou a literatura; Ronaldo Loiola e Marcelino Ribeiro representaram as artes visuais e as artes plásticas respectivamente; a Presidente da Associação dos Artesãos de Governador Valadares estava por aqueles que desempenham trabalhos manuais; e alguns outros civis representaram toda a população interessada e afim com as causas artísticas.

Sob coordenação de Bispo Filho, Diretor do Departamento de Cultura e João Paulo, atual Presidente do Conselho de Cultura, a eleição começou com a apresentação dos candidatos. Primeira surpresa: o quantitativo de candidatos (quatro: Ronaldo, Fernando, Marcelino e Cláudia) era inferior ao número de vagas existentes. O que acarretou em uma discussão para o ordenamento dos candidatos aos cargos titulares e suplentes.

A Presidente da Assoiação dos Artesãos de Gov. Valadares e única mulher na disputa prontamente se colocou como suplente alegando ser a melhor opção ante a sua inexperiência nesse tipo de representação. Tal iniciativa não surgiu por parte dos outros candidatos. Os varões estavam decididos a ser titulares no Conselho. O que acarretou, finalmente, em uma eleição como pede o figurino: com cédulas e mistério e apuração do resultado.

O resultado ficou assim exemplificado:

  • Titular: Ronaldo Loiola (16 votos)

  • Titular: Fernando Neto (13 votos)

  • Suplente: Marcelino Ribeiro (11 votos)

  • Suplente: Cláudia (escolha própria)

  • Suplente: ( ? )

O terceiro cargo para suplente seria uma icógnita. "Seria", não fosse a presença de J. Pinto Fernandes que nao tinha entrado na história. A metáfora com o poema Quadrilha de Carlos Drummond de Andrade conota a nomeação de Sandra de Oliveira para preencher este cargo mesmo sem estar presente na eleição. A mesma já havia manifestado seu interesse pelo Conselho e, como não havia mais nenhum possível candidato presente e como ela apenas não compareceu por motivos de força maior, a assembleia decidiu, por unanimidade, permitir que ela assumisse o cargo ainda em vacância.


Terminados os trâmites legais, com o Conselho Municipal de Cultura novamente composto, os trabalhos recomeçarão a todo vapor em projetos como a implementação dos 05 Pontos de Cultura aprovados para a cidade de Governador Valadares... bom, mas esta é história para outros posts.


Até lá!

Espanca! uma vida em versos



"Espanca! uma vida em versos" é uma peça baseada na obra poética da poetisa portuguesa Florbela Espanca. Esta poetisa, sempre na vanguarda de seu tempo, não escapou do machismo que assolou sua época. Foi casada três vezes tendo abortado de dois dos maridos. Sofreu humilhações públicas por ter sido, entre outras precocidades, a primeira mulher a freqüentar a Universidade de Lisboa. Entremeio a todos esses dissabores, Florbela Espanca não parou de escrever verdadeiras viagens em cada verso, em cada poema que publicou.
Com adaptação e Direção de Maicon Martins, o processo de criação do texto deu-se através de um complexo e completo re-ordenamento das poesias (pegando uma estrofe desta, com um verso daquela), um retalho poético que narra, com riquesa de detalhes a vida da poetisa com o ultimo marido, até o trágico suicídio com overdose de veronal.

Um monólogo emocionante, encenado por Maicon Martins, "Espanca! uma vida em versos" oferece uma sensação profunda regada a sentimentos fortes, violência doméstica, aborto, e a luta constante e inexorável pelo amor em suas variadas representações."






Recebeu os seguintes prêmios:


  • Ator Revelação (Maicon Martins) - I PROFESTeatro - Congonhas-MG (2009)

  • Melhor Ator (Maicon Martins) - III Festival de Teatro de Rio Espera-MG (2009)
  • Melhor Espetáculo Adulto - III Festival de Teatro de Rio Espera-MG (2009)

Recebeu as seguintes indicações a prêmios:


  • Melhor Trilha Sonora - I PROFESTeatro - Congonhas-MG (2009)
  • Melhor Figurino - I PROFESTeatro - Congonhas-MG (2009)

  • Melhor Ator - X FACE - Conselheiro Lafaiete-MG (2009)
  • Melhor Trilha Sonora - X FACE - Conselheiro Lafaiete-MG (2009)
  • Melhor Figurino - X FACE - Conselheiro Lafaiete-MG (2009)

  • Melhor Espetáculo (Júri Popular) - III Fest. de Teatro de Rio Espera-MG (2009)
  • Melhor Figurino - III Fest. de Teatro de Rio Espera-MG (2009)
  • Melhor Cenário - III Fest. de Teatro de Rio Espera-MG (2009)
  • Melhor Trilha Sonora - III Fest. de Teatro de Rio Espera-MG (2009)


domingo, 27 de junho de 2010

Elas são do Balacubaco

O Teatro Atiaia recebeu, neste fim de semana, o espetáculo comédia "Elas são do Balacubaco" do grupo Balacubaco Produções.


O espetáculo conta a trajetória de duas personagens: Bia e Suelen Cristina em três momentos marcantes na vidade de qualquer ser humano (infância, adolescência e velhice). Neste enredo o universo feminino é abordado sempre de maneira cômica e descontraída.


Ponto positivo para a maneira como os atores: Douglas Leite e Leonardo Brambilha movimentam a troca de personagem. Entrar em cena "de cara limpa" e vestir, literalmente, o personagem afasta da platéia a ideia de dois homens de travestindo no palco (ideia esta quase que enraizada no subconsciente valadarense devido às recentes manifestações de "grupos" que o fazem), e aproximam a platéia do que acontece: dois atores interpretando personagens femininas.


A disposição dos adereços no palco deu-se de forma simples e sem exageros, seguindo a tendência do teatro essencial, fortemente difundido por célebres diretores como Denise Stoklos. Sem excessos nos adereços e figurinos, a trilha sonora deixou a desejar em alguns momentos.


A passagem de tempo e a troca de personagens dava-se ao som de "And all that jazz", com letra e música de Fred Ebb e John Kander respectivamente (consagrada pela versão cinametográfica do musical Chigado), e, numa visão geral destoou levemente a mensagem de duas mulheres brasileiras em suas fases de maturação. Não que a música seja inadequada, mas não foi a melhor escolha.


Outro ponto a se observar é a cena que descreve a adolescência das personagens que ocorre durante uma edição do GV folia. No teatro tudo pode! E não devemos nos ater à verdade, mas, sempre, à verossimilhança. Digo isto por ter sido citado, na peça, a presença do cantor Tomate no GV Folia deste ano (visto pelo abadá do dia de domingo), uma vez que este cantor, por motivos de incompatibilidade de cachets não compareceu nesta edição do mais famoso carnaval fora de época do interior mineiro. Detalhes à parte, a música muito alta nesta cena atrapalhou o desenrolar do texto, sobrepondo-se a algumas das "falas". E qualquer semelhança com o espetáculo Cócegas, trata-se por mera coincidência.


Em contrapartida, a terceira e ultima cena veio reaver o ritmo e a deliciosa comédia do espetáculo. A atuação de Douglas Leite como uma senhora da terceira idade foi encantadora, apoiado, a altura, pela sempre segura atuação de Leonardo Brambilha. Um show a parte esta cena. Não seria de se admirar que desta cena surgisse um maravilho espetáculo também de comédia. Só peço atenção ao São Pedro (personagem que aparece apenas por sua voz), pois, como foi citado, em cena, por Léo Brambilha: "Amador demais!". Nada que não se resolva com árduas sessões de ensaio.


Aplausos em pé para o texto lido no final do espetáculo. Moderno, modesto e hilariante!


Analisados os acertos e desacertos, um bom espetáculo! Engraçado e refrescante.

Fica a dica: De olhos bem abertos para os próximos trabalhos do Balacubaco Produções, que deve vir com o texto "As viuvinhas" ainda no mês de Agosto/2010. Vide arte abaixo:


sábado, 26 de junho de 2010

Stand up Comedy


Abrindo o jornal "Hoje em Dia", no caderno de cultura, percebi que na parte que descreve os espetáculos teatrais atualmente em cartaz na grande BH, 5 dos 6 espetáculos listados se tratava de shows no modelo Stand Up.


O humorista se apresenta geralmente em pé (daí o termo 'stand up'), sem acessórios, cenários, caracterização, personagem ou o recurso teatral da "quarta parede", diferenciando o stand up de um monólogo tradicional.


O que vem a ser o Stand Up todos já sabem, o que me faz postar sobre ele aqui é levantar a questão de o que é atualmente produzido em termos de teatro em solo tupiniquim. As produções de pesquisa têm se tornado escassas, senão extintas... Ora são pessoas engraçadas contando piadas, ora são pessoas sem noção proferindo palavras de baixíssimo escalão e escrachando libidinosidades conseguindo arrancar gargalhadas vazias da platéia.


Estas formas teatrais são extremamente comercial e agradam à maioria das pessoas que desacostumaram a prestigiar obras intelectualmente planejadas. Mas isso, mesmo que indiretamente, compromete o trabalho daqueles que, como este grupo, ainda se preocupam com a qualidade da informação passada àqueles se sentam à frente do palco italiano. Para assistir a um espetáculo teatral.


Sem diminuir a trabalho do Stand Up comedy pergunto onde está o tetro de verdade?

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Dia Internacional do Malabarismo em GV


Acontece no domingo (27 de junho de 2010), na Praça dos Pioneiros, em Valadares, uma comemoração do Dia Internacional do Malabarismo. O evento, que começa às 8h00, contará com uma oficina de malabares com bolas, claves, diabolô, swing poi e aros. Haverá, ainda uma oficina da Historia do Malabarismo. O evento é realizado pelo grupo teatral Território do Avesso.


Pincelada sobre a origem do malabarismo:

Segundo Karl-Heinz no livro "4.000 Anos de Malabarismo", a primeira evidência gravada do malabarismo está em pinturas dos túmulos egípcios que datam de 4000 anos a.C. As pinturas nus tumulos mostram vários egípcios de pé fazendo malabarismos. Uma das figuras mostra um cruzando os braços aparentemente fazendo um "Mills Mess" (truque).
Mais informações podem ser lidas em sites como:

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Memórias do III FACE


Às vésperas do XI FACE - Festival de Artes Cências de Conselheiro Lafaiete-MG, lembro da primeira participação do Arte Fino neste festival que aconteceu no ano de 2002, em sua terceira edição.

Éramos um grupo volumoso se comparado aos dois atuais integrantes e mantínhamos uma forte identidade voyeurista, uma vez que não levávamos espetáculos, apenas participávamos das oficinas em busca - mais de formação do que - de reciclagem (tínhamos em média 15 anos de idade, eu contava com 13).

Três imagens me marcaram bastante neta edição:

  • Um espetáculo que narrava, de trás para frente, os 07 dias criação do mundo. Começando pelo sétimo dia em que o Criador descansou e voltando à estaca zero quando tudo era caos e mais nada. Neste espetáculo - que não me recordo mais o nome nem o da companhia - havia um enorme globo terrestre que em dado momento entrava em chamas. Fiquei alucinado com a estética da cena e da obra como um todo.

  • A escola em que ficamos alojados. Ah! Como era linda com suas portas e janelas extremamente altas e com arquitetura que lembrava os traços bizantinos de formas arredondadas e cômodos amplos e iluminados. Era teatralmente acolhedora aquela escola. Ainda me lembro do cheiro que o chão exalava quando acordávamos naquele frio extenuante.

  • Por fim, a ultima grande imagem que tenho do III FACE foi... bem... ouso dizer que... Para não ter de imitar o "terceiro segredo de Fátima" calando a minha boca bruscamente, digo apenas que foram um conjunto de "primeiras impressões" e "primeiras vivências" em um nicho que, para mim, só existia na distância frígida da televisão ou nas histórias dos reinos muito muito distantes.

Outras imagens e nomes e rostos e risos me veem com menos frequencia e não as incluo aqui para não entediá-lo, caro leitor. Mas, se serve de consoslo, ainda tenho a marca do beijo de Samanta Keller no meu crachá deste festival de há 08 anos atrás.

Eleição para recompor vagas no Conselho de Cultura de GV

A Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer - SMCEL - e o Conselho Municipal de Cultura convidam todos os agentes culturais da cidade de Governador Valadares a participar e a dispor o seu nome na eleição para recompor vagas de conselheiros culturais, que por motivos particulares renunciaram aos seus cargos.
A importância de se preencher tais vagas no Conselho Municipal de Cultura se deve ao fato de que há projetos em andamento e outros por vir que precisarão do parecer deste conselho.
Desta forma, a continuação e concretização de algumas investidas importantes da área cultural da cidade encontra, como gargalo, a vacância de postos no conselho municipal que poderá - esperamos todos que sejam - preenchidos nas eleições que acontecerão:
  • Data: 30 de junho de 2010 (quarta-feira)
  • Local: Galeria Monhagara
  • Horário: 19h00 (dezenove horas)

Venham todos votar e ser votados.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Bairro Santa Rita inaugura 1ª Loteria

Hoje pela manhã o bairro mais populoso da Governador Valadares assistiu à inauguração da sua primeira Casa Lotéria. O que isso tem com arte? Muitas coisas...

O ser humano é um animal fortemente apegado à sorte e carente de crenças, tanto que realizar uma "fesinha" quase que diariamente é um círculo vicioso para muitos brasileiros. Antes, os moradores do Bairro Santa Rita embrenhavam-se em uma árdua procissão ao centro da cidade ou a bairros (não tão) próximos para apostar nos prognósticos ofertados pela loteria federal.

Durante a cerimônia de inauguração uma coisa me chamou muito a atenção, a faixa etária geral das pessoas que ansiavam pelo funcionamento do loteria, eram jovens! Os mais maduros compareceram em peso e ainda representam uma parcela alta na gama geral de apostadores assíduos, mas o jovens contemporâneos ainda alimentam as esperanças de enriquecer rapidamente com jogos de sorte.
Uma vez inaugurada a loteria, foi esplêndido o espetáculo: os apostdores se doavam inteiramente à experiência de "profetizar" as dezenas que seriam sorteadas no sorteio de logo mais. Datas especiais, possíveis sonhos e revelações... tudo era motivo para que mais e mais dezenas fossem marcadas.
A "indústria de sonhos" chamada loteria federal movimenta bilhões de reais por ano, mas boa parte de sua arrecadação tem como destino custear ações sociais como o FIES, o Comitê Olímpico e Para-Olímpicos e, a nossa amada cultura. No ano de 2009 mais de R$ 200 milhões foram repassados ao Fundo Nacional de Cultura.
Mais uma prova de que a sorte dos apostadores pode nem sempre trazer-lhes prêmios a contento, mas a cada tentativa repasses sociais são feitos (sem depender da sorte).
Parabéns aos moradores do Bairro Santa Rita que poderão apostar na sorte e financiar não só a cultura, mas também a educação, esporte entre outros...

terça-feira, 22 de junho de 2010

Preciso demais desabafar...


Peço liçenca a Ivan Lins no trecho da música "Deixa eu Dizer", atualmente gravada na voz de Marcelo D2, que intitula este post de estréia do Blog do Grupo Arte Fino: "Deixa, deixa, deixa eu dizer o que penso nesta vida..."
Quero declarar aberto este espaço de verdadeiros "desabafos" falando da necessidade de se comunicar aquilo o lhe é idiossincrático, a maneira própria de se ver, sentir, entender e reagir aos fatos e ao ambiente que nos cerca. Nós artistas vivemos manipulando símbolos e significados, transmitindo sensações e nos arriscando ao fazê-lo. Nós artistas sentimos a necessidade de trocar experiências e "des-experiências" uns com os outros.
Ou de apenas desabafar.
Não elevarei ao patamar de 'verdade absoluta' nada do que for escrito aqui. Considere tais palavras, caro leitor, apenas como uma opinião passível de réplicas e contra-opiniões... falemos de arte!
Os movimentos culturais deste pedacinho de Minas Gerais e os de longe, as criações artísticas, os estudos, disseminação e análise da cultura, os diálogos e discussões do fazer artístico serão campo de observação e fonte de inspiração para os escritos deste Grupo de Teatro e aprendiz de blogueiro.
"Oh, abre alas, que eu quero passar"...