segunda-feira, 28 de março de 2011

Re-começo

     Nada melhor do que o Dia Mundial do Teatro para sediar um recomeço para este grupo Arte Fino que comemora, este ano, seu décimo aniversário.

     O sol dominical deste dia 27 de março de 2011 brilhou mais forte para os 34 jovens que compareceram ao encontro-oficina do Arte Fino na Escola Estadual Frei Inocêncio.

     Há dez anos esta mesma escola era palco dos jovens que fundariam este grupo, eu estava lá!

     A escola é a mesma, Amauri Assis continua sendo o instrutor - agora comigo ao seu lado - e dez anos depois, a animação dos jovens parece ser ainda maior... É revigorante.

     Evoè Baco neste recomeço.

sábado, 4 de setembro de 2010

Trem Chique vai aos distritos de Governador Valadares


Desde o último dia 28 de agosto, os distritos começaram a receber a visita do Trem Chique, um programa gravado (nos moldes dos programas televisivos) veiculado para a população local através de um telão que contem informações institucionais acerca da atuação do poder público executivo tanto na área urbana quanto na rural, além de proporcionar momentos de lazer e cultura com exibição de filmes.

O primeiro distrito visitado pelo programa foi Chonim de Baixo, e os próximos distritos receberão o projeto seguindo a seguinte escala:
  • 04/09 - Sábado - "Chonim de Cima
  • 11/09 - Sábado - "Córrego dos Bernado
  • 18/09 - Sábado - "Baguari".

Não consegui localizar a relação dos filmes exibidos, confesso que fiquei extremamente curioso com isso, se alguém o souber agradeceria ser informado. Posto que fica difícil distinguir este projeto ou como sendo uma ação político-intitucional acrescida de um quê cultural; ou se é um projeto cultural acrescido de uma conscientização político-institucional.


Seja qual for o foco, o projeto é bem vindo, posto que tanto a informação política quanto a veiculação da sétima arte (adoraria descobrir que são filmes nacionais) são de suma importância para a população que vive às margens da cidade. Muitas delas nunca foram e talvez não iriam ao cinema não fosse ações semelhantes.

Mais informações podem ser obtidas no site da prefeitura municipal:
http://www.valadares.mg.gov.br/current/noticias/702-prefeitura_leva_trem_chique_para_os_distritos

Ou no site do projeto "Trem Chique":
http://www.tremchique.com.br/htcprojeto.htm

Ansioso por mais,

Maicon Martins.


sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Debates sobre a Indústria Cultural no Século 21


No mês de setembro, tem início o ciclo de palestras e debates Produção, distribuição e consumo cultural: A Indústria Cultural no Século 21, realizado pela Escola da Cidade (em São Paulo-SP).

Estou postando este ciclo de dabates motivado muito mais pela sua relevância cultural - que extrapola os limites demográficos - do que pela po$$ibilidade de participar dele. A produção e a distribuição cultural no século é bastante diferente do que era realizada há poucos anos.

Nos debates, serão destacadas as mudanças nas esferas da produção, da distribuição e do consumo cultural na contemporaneidade, os possíveis desdobramentos culturais, sociais e históricos desses campos no século 21 e as implicações para a atuação dos diversos agentes e dos formuladores e excutores de políticas culturais.

A Economia da Cultura é tão nova quanto os novos padrões de difusão cultural. O primeiro debate, dia 10/09 falará das "Redes sociais, internet e cultura digital" que hoje é vivenciada por uma parcela muito grande da população.

O que é produzido economico-culturalmente em Governador Valadares? Qual é a nossa realidade cultural se analisarmos a Economia da Cultura local?
Estes tipos de debates deveriam ser incentivados também entre nós, agentes culturais que não residimos em São Paulo, mas que vivemos arte em cada ação.

O que me dizem?

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Banda Lira 30 de Janeiro convida para Reinauguração de Sede

A Banda Lira 30 de Janeiro, tradicional associação artística cultural de Governador Valadares, aos 65 anos de fundação, nasceu graças aos ideais de uma reunião de amigos de organizaram e deflagaram uma campanha para adquirir instrumentos. Assim se iniciaram os trabalhos desta banda que, no início chamada de "furiosa", tocavam os tradicionais dobrados e abrilhantavam as festas religiosas, cívicas e populares. Ação desempenhada ainda hoje.

A banda merece este post por ter dois grandes motivos para comemorar:

1- A reinauguração de sua sede, localizada na Rua Marechal Deodoro, nº 748, Centro, Governador Valadares, que passou recentemente por uma série de reformas. Na ocasião da reinauguração será oferecido pela Banda, sob organização da Cia de Artes Atrás do Palco, parceira e amiga, uma singela festa para os artistas locais. O evento será realizado às 20h00 do próximo dia 02 de setembro. Sintam-se convidados amigos artistas.



2- Segundo divulgado no Caderno de Cultura do Jornal Diário do Rio Doce de hoje, o prjeto enviado pela Banda Lira 30 de Janeiro, denominado "Ponto de Cultura Lira 30 de Janeiro" foi aprovado na primeira etapa. Ainda restam 02 (duas) etapas e a banda anseia poder perpetuar os trabalhos já realizados com a comunidade local do tocante à música e cultura musical.

Parabéns à Banda Lira 30 de Janeiro pela reinauguração, e desejamos-lhes sorte no processo de seleção dos 05 Pontos de Cultura previstos para Governador Valadares.

VI FENTA


Ainda no mês de outubro (que deve seu nome à palavra latina octo 'oito', dado que era o oitavo mês do calendário romano, que começava em março) teremos o mais esperado evento teatral de Governador Valadares para o ano de 2010: o VI FENTA.

Este evento, aprovado pela lei estadual de incentivo à cultura, mas com sua verba ainda não captada - não por faltar esforços de captação, mas por quase não haver brechas no setor fabril e econômico local para o incentivo e propagação da cultura - o evento será realizado pela ATVA.

Vale lembrar que a ATVA é o fruto da união dos grupos de teatro valadarenses (Arte Fino, Atrás do Palco, Avatar, Pitaco, Karicatura, Reflexus, Arte Vida e Asas do Invento) que estão juntos desde o sucesso que foi a realização da Mostra Nacional de Teatro ocorrida em janeiro deste ano.

O VI FENTA - Festival Nacional de Teatro de Governador Valadares acontecerá no período de 28 de outubro a 02 de novembro e estará com as inscrições abertas até o dia 06 de setembro.

O regulamento e a ficha de inscrição podem ser adquiridas no site da ATVA:


Por isso, corram, amigos d'além mar, que fazem teatro nos quatro cantos do Brasil, enviem seus trabalhos e venham participar conosco de mais uma celebração da arte através da união daqueles acreditam nela.

Evoè!

I Circuito de Teatro Infantil





Outubro está chegando e, para quem não dispõem de $ e nem precisa de uma Oktoberfest (cuja 28ª edição acontece em Blumenau-SC de 07 a 24 de outubro) teremos, em Governador Valadares, a edição de estreia do "Circuito de Teatro Infantil".


Este circuito visa movimentar teatralmente a semana da criança com espetáculos direcionados para este público, característico por comparecer em peso ao Teatro Atiaia.

O I Circuito de Teatro Infantil de Governador Valadares é uma realização da ATVA (Associação de Teatro Valadarense) em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer e acontecerá no período de 03 a 07 e de 10 a 12 de outubro de 2010.

Poderão se inscrever grupos e companhias que tenham montagens já estreadas de espetáculos infantis na categoria palco. Os inscritos passarão por um processo de seleção e avaliação. Para se inscrever, os grupos deverão enviar o seguinte material:

  • release,
  • ficha de inscrição
  • fotografias (digitalizadas),
  • plano de luz e som

para o e-mail da ATVA: atva.gv@hotmail.com ou ser encaminhar, de forma impressa, aos cuidados do Diretor Tesoureiro da ATVA, para o endereço: "I Circuito de Teatro Infantil" - Rua 16, nº 1.250 - Bairro Ilha dos Araújos. Cep.: 35020-660 Governador Valadares - MG

O último dia para as inscrições é o dia 03 de setembro de 2010, impreterivelmente.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Liberte-se da Alienação!

É comum vermos e ouvimos a palavra 'alienação' ser associada a rebeldes inconsequentes e desejosos de rebeliões. Não é bem assim.
Segundo o Aurélio:
Alienaçao: 1. Ato ou efeito de alienar(-se). 2. Cessão de bens. 3. Enlevo, arrebatamento. 4. Falta de consciência dos problemas políticos e sociais. (...).

Atenhamo-nos ao significado de número "4", alienado estamos quando nos abdicamos de nossa participação social perante o que é feito e desfeito no âmbito da política. Estamos prestes a eleger os novos representantes deste país. O novo presidente da república, senadores, deputados, governadores.

Em quê estamos pensando para efetuarmos nosso papel de cidadãos?

Até quando continuaremos assumindo a neutralidade de nos constatarmos "apolíticos" uma vez que é mais confortável não nos aborrecermos com essas coisas? Porém, quando as coisas saem erradas e o país inteiro vai por água abaixo somos os primeiros a nos rebelar, a colocar a boca no trombone e gritar por direitos violados, reclamar mensalões, ficha limpa e todo o leque de improbidades realizadas por nossos gestores (eleitos por cada um de nós).

Libertemo-nos da alienação!

Da alienção de estarmos ausentes dos fatos políticos cotidianos. Devemos acompanhar o Planalto e o Palácio da Alvorada tão bem como acompanhamos a Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer.


Quem é o ministro da cultura? E quem será depois do "3 de outubro"? Quais são as propostas para a cultura divulgadas nas plataformas de cada um dos candidatos? Quem são os candidatos além da Dilma e do Serra? Quantos são, o que pensam, o que propõem?

Não sejamos alienados em nosso próprio mundo de holofotes e maquiagens coloridas, sejamos conscientes.

Será um bom (re-)começo!

P.S.: A frase das fotos estava pichada em um muro em frente ao clube que sediou os espetáculos alternativos do II PROFESTeatro - Festival Nacional de Teatro de Congonhas-MG.

domingo, 29 de agosto de 2010

Ações performáticas número 12


Na parede do aeroporto do Rio de Janeiro, um aviso informa: É proibido brincar com os carrinhos porta-bagagem. Ou seja, ainda existe gente que brinca... (Eduardo Galeano)

Galeano escreveu que vez ou outra ainda é possível ver homens e mulheres destituídas dos implacáveis padrões sociais de boa conduta; como se quaisquer alterações das triviais ações de andar, cumprimentar e despedir, - por mais ingênuas que fossem -, não passavam de desregramentos e/ou deturpação da ordem.

Artista é bicho solto e desavergonhado. Não no sentido pejorativo com que os mais puritanos se referem àqueles se cantam em público, ensaiam suas peças de teatro em pleno domingo de manhã na porta da secretaria municipal de cultura, ou mesmo os que dançam no meio da rotatória do centro da cidade em horário de pico, sem se preocupar com o que pensarão da cena, se aprovarão, se acharão loucura; não nesse sentido. Artista é bicho solto em um sentido maior. Suas manifestações inesperadas, ou, suas performances, como gostam de chamar, são conscientes e controladas.

Não estava cometendo vandalismo ao dançar performar com Jéssica Rocha nas ruas de Congonhas-MG, nem, tampouco, queríamos chamar a atenção de ninguém. Mas a cidade continuava e estávamos fugindo à regra por dançar na rotatória. Só porque não havia nem caixa de som tocando música clássica, nem platéia, nem motivo para dançar jamais nós abortaríamos nossa súbita vontade de... dançar!


Há corpos que necessitam dançar.

Uns perguntam:

- Por quê?

- Por que não? - Responderemos sempre!

Ao final da inusitada cena, recompomo-nos e fomos embora, sem agradecer às duas senhoras que aplaudiam. Não nos estávamos apresentando para elas. Mas confesso que sorrimos ao ouvi-las.

O II PROFESTeatro acabou, Jéssica Rocha voltou para Barbacena, eu regressei a Governador Valadares, e ainda performamos, à nossa maneira, com novos parceiros e sempre e tanto...

Há corpos que se recusam [limitar].



quinta-feira, 29 de julho de 2010

Mulher de Faces


Às 21h00, excluindo-se os costumeiros atrasos de um festival de teatro marcado pela numerosa programação, do dia 21 de julho, no Teatro Municipal deu início ao espetáculo “Mulher de Faces”, do grupo Asas do Invento, de Governador Valadares.

Com direção de Marcos Nauer, a peça conta a história, não de duas mulheres, mas de todas. As atrizes emprestam seus corpos para personagens dos mais variados, não mantendo nenhum deles por mais de uma cena.

Princesas, tecelãs, mulheres modernas, sonhadoras, mulheres, todas ligadas à existência fadada à sombra do homem. O texto também é variado. Logo na abertura nos deparamos com Adélia Prado em seu “Com licença poética”, passamos por Júlia Lopez de Almeida (Conto do Sino de Ouro), entre outros textos, até pousarmos na segunda metade onde impera a comicidade de textos rápidos e provocativos. Quase uma compilação das melhores piadas que bombardeiam nossas caixas de e-mail.

A trilha sonora é ao vivo, o que rendeu ao espetáculo a indicação de melhor trilha sonora na categoria drama nacional. Um excelente voz e violão executado por Lorena Arruda, que tem seu ápice ao cantar, à capela, The man I love (composição de Ira Gershwin, eternizada nas vozes de Billie Holiday e Sarah Vaughan), momento que marca a transição entre o drama e a comédia. Cena de arrepiar.

O trabalho de atriz de ambas está maravilhoso. Os olhos de Fabiani Torres na cena da brincadeira de esconde-esconde nos transporta à própria infância, sentimos o calor dos braços maternos; por outro lado, é impossível não rir do sapo de Nazza Amaral, ou se emocionar na cena do trovador que assassina a própria mãe, arranca-lhe o coração e o perde.

Talvez faltasse mais jogo cênico que unisse de alguma as atrizes. Que nos fizesse sentir num espetáculo único, e não em dois monólogos concomitantes ocupando o mesmo palco (sensação levemente alcançada no desenrolar da trama).

Um belo espetáculo, merecedor de mais indicações e alguns prêmios neste XI FACE.

Vem, vamos embora! Que esperar não é saber – XI FACE


Dia 23 de julho aconteceu uma passeata meio protesto, meio desfile, nas ruas lafaietenses. A concentração dos artistas foi na praça Pimentel Duarte. Todos foram convidados a participar com fantasias, instrumentos, carros, bicicletas, pernas-de-pau e muita vontade de fazer barulho!

Às 14h00 a passeata saiu pelas ruas rumo à praça Madre Tereza Michael Grillo, obedecendo ao seguinte trajeto: Ruas Homero Seaba, Melo Viana, Afonso Pena, praça Tiradentes, praça Barão de Queluz e praça Madre Tereza Michael Grillo.

Todos estávamos animados. Cantávamos especialmente as cantigas populares das brincadeiras de roda. Caracterizados, éramos palhaços inocentes e felizes ansiosos por mostrar ao mundo que existíamos e que queríamos a preservação da nossa arte, do nosso espaço. Paramos as ruas por que passamos e demos nosso recado.

O auge da passeata deu-se quando todos cantamos em uníssono o emocionante refrão da canção “Para não dizer que não falei das flores” de Geraldo Vandré, que também foi o tema da 11ª edição do FACE: VEM, VAMOS EMBORA! QUE ESPERAR NÃO SABER... quem sabe faz a hora, não espera acontecer. Pêlos arrepiados, olhos molhados, coração acelerado, o teatro estava lá, presente!

Sem dúvida um dos momentos chave deste festival.

Evoè Baco!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Desfile das delegações e das bandeiras - Abertura do XI FACE


A abertura popular da fase Nacional do XI FACE, com participação das delegações e grupos culturais, aconteceu no dia 21 de julho, com partida no Coreto da Praça Tiradentes. A caminhada seguiu às 15h30 pela Avenida Mário Rodrigues até o Teatro Municipal Placedina de Queirós.

Já no teatro, todas as delegações com suas bandeiras a postos, desfilaram o orgulho de estarem representando não apenas o teatro no sentido lato, mas especificamente o teatro feito em sua cidade (com os limites e oportunidade impostos pela sua realidade).

Algumas delegações viajaram 16 horas para estarem lá, como aconteceu com o grupo T.A.P.A. (Todos amando pela arte) da cidade de Taquaritinga-SP. A delegação valadarense viajou cerca de 10 horas e não deixou de emocionar. “- Eu quase chorei quando vi o Lucas (Karicatura Teatral) entrar com a bandeira de Governador Valadares” confessou Nazza Amaral dois dias após a solenidade de abertura.

A bandeira de Frei Inocêncio também estava lá, tremeluzente e feliz de poder desenhar também as personas do teatro no brasão municipal, ao lado do boi e da Serra do Paiol. Parabéns às delegações que abrilhantaram o evento, que nos trouxeram um pouco da sua cultura e levaram muito da nossa.
Afinal, este foi o festival da Dona Aranha!

terça-feira, 27 de julho de 2010

Pessoas ou coisas podem mudar o mundo, mas hoje nada aconteceu



Prêmio de Melhor Espetáculo Alternativo, Melhor Atriz (Ana Reis) e indicação para melhor Trilha Sonora, todos na fase nacional do XI FACE, o espetáculo Pessoas ou coisas podem mudar o mundo, mas hoje nada aconteceu vai navegar o imaginário dos espectadores por um bom tempo.

A história central poderia ser simples: um pai que abandona a mulher e uma filha ainda criança e, arrependido volta em busca de perdão. O estereótipo da família desestruturada dos tempos modernos é presente, mas teatralizada de forma apaixonante. A história central poderia ser simples...

Uma mãe completamente louca por organização, uma filha cheia de vontades e de personalidade forte, um pai volúvel e fracassado, e um quarto personagem - talvez o tempo ou a esperança, talvez nada disso ou ambos concomitantemente – conduzem a história. A desordem cronológica das cenas, a intensidade do trabalho de corpo (as repetidas quedas e autoflagelo da menina incomodaram a platéia, porém esta não as recebeu como violência, mas como caprichos pueris), a trilha composta de ruídos profundos que nos deixam a ponto de bala, tensos, ..., constroem um espetáculo envolvente e motivador.

- Essa história é minha!

Quaisquer dos espectadores poderiam, facilmente, se juntar à menina que afirma a posse da história. Qualquer um está fadado a sentir na pela o crash da estrutura familiar e se refugiar em lembranças dos tempos de outrora onde tudo era risos e afagos. “- Eu quero a minha lhama!”.

A lhama não era apenas “um camelo sem corcova que cuspia”. Era o pedaço do pai que ainda restava nela, a imagem da felicidade que ela desconhecia desde que ele partira. Ela não queria a lhama pura e simplesmente, queria que o encontro com esta a levasse ao pai. Ela tentava, mas hoje nada mudou.

Sem dúvida o melhor espetáculo em espaço alternativo do XI FACE, com um elenco bem ensaiado (ressalva para Sammer, ator que interpreta o pai, que quase é engolido pelos colegas de cena) e bem consciente corporalmente; não é difícil prever que no II PROFESTeatro que acontecerá em Congonhas-MG de 13 a 15 de agosto, assistiremos exatamente ao mesmo espetáculo, quase que milimetricamente coreografado.

Parabéns à trupe. Ver-nos-emos no solo dos Profetas de Aleijadinho.

XI FACE - Debate "Tudo a Fazer"

Sob coordenação do estudante de Artes Cênicas da UFMG, Arthur Diniz, conterrâneo dos valadarenses, aconteceu no dia 21 de julho, logo no primeiro dia da Fase Nacional do XI FACE, o debate "Tudo a Fazer" para traçar a realidade dos grupos de teatro do interior de Minas.

A realidade do teatro no interior de Minas Gerais é semelhante em todas as regiões aquém da região metropolitana de Belo Horizonte. Enfrentamos basicamente os mesmos problemas e dificuldades.

Eu também tive posse da palavra para descrever a realidade de Frei Inocêncio - cidade natal do Grupo Arte Fino - e transcrevendo, aqui, minha fala, penso estar resumindo todo o assunto debatido nesta reunião, tal a semelhança dos argumentos.

O Arte Fino nasceu em 2001 como um grupo de teatro escolar. Feito por alunos dentro das dependências da escola local. Recebiam orietação de um diretor mais experiente e montavam espetáculos na medida em que aperfeiçoavam suas habilidades artístico-teatrais.

Nos encontrávamos todos os finais de semana para ensaiar e aprender coisas novas (eu contava com 11 anos na época e já esboçava muita precossidade, principalmente em habilidades como dramaturgia e direção, fora a paixão pela interpretação). Mas éramos adolescentes (54 ao todo) e não possuíamos nenhuma obrigação que não fosse estudar.

Neste ponto começam grande parte dos problemas enfrentados por muitas cidades do interior mineiro: a formação de artistas que consideram o teatro um hobbie. Quando estes artistas, geralmente jovens, começam a crescer e a obter maiores responsabilidades o teatro será, lamentavelmente, uma das primeiras atividades e serem abdicadas (tal como acontece quando da necessidade de corte de custos no poder público. Vetar o apoio à cultura é a primeira ação para salvaguardar a saúde da economia). Tudo é motivo para abandonar o teatro: o fim do ensino médio; ingresso na faculdade; primeiro emprego; namoro... entre outros.

Onde estão aqueles que têm paixão pelo que fazem? Aqueles que aceitam os sacrifícios para manter contato com a arte? Onde estão aqueles que, como eu, acabaram o ensino médio, começaram a trabalhar, cursam a faculdade e ainda fazem teatro em duas cidades diferentes por é isso o que amam? Onde?

Estão por aí! Basta que os diretores saibam identificá-los. Geraldo Lafaiete - coordenador do FACE - frisou bastante a importância de selecionarmos melhor as pessoas que fazem teatro em nossos grupos, de sabermos quais "simplesmente fazem" e quais "absolutamente precisam" fazer teatro.

A indisciplina, a alta rotatividade e a dependência do diretor são características que assolam os grupos do interior. Tal quadro não será revertido enquanto os diretos não se propuserem a capacitar artistas visando sua autonomia. Não é dar o peixe, é ensinar a pescar.

Quando Fabio Sena não estiver mais à frente do Cenarte, este sobreviverá? Quando Geraldo Lafaiete não mais atuar na esfera teatral, a Casa do Teatro e os outros grupos sob sua direção andarão com as próprias pernas? A Trupe Teatral Pitaco, o Karicatura Teatral e o próprio Asa do Invento resistirá à ausência de Nazza Amaral? ...

O teatro mineiro (e eu estou incluído) esperamos que sim! Então que tenhamos mais cuidado com o tipo de formação que damos aos nossos jovens colegas de profissão. Para não nos encontrarmos na mesma situação deste grupo Arte Fino que, prestes a completar 10 anos de vida possui apenas 01 integrante (Maicon Martins), mas que não deixará de lutar pois sabe que sempre haverá alguém querendo ajudar de algum modo.

Realmente, estamos com "TUDO A FAZER"!

domingo, 18 de julho de 2010

Vaca Louca - a reconstituição de um crime



"VACA LOUCA – a reconstituição de um crime" é uma peça baseada na vida de muitos artistas que vivem frustados por desempenharem carreiras profissionais impostas por outrem, geralmente os pais, mas detestável em seu próprio consentimento.

Vaca Louca – a reconstituição de um crime conta a história de Clóvis, um enfermeiro psiquiátrico que mata os loucos subordinados aos seus cuidados e, depois de preso, volta ao hospício para uma reconstituição do crime cometido. Entremeio à revelação dos motivos que o levou a cometer tais assassinatos, as histórias pessoais de cada um dos loucos é exposta de forma cômica e sutil; mostrando que a capacidade de amar transcende até mesmo os padrões de sanidade mental impostos pela sociedade.

Uma comédia hilariante e inteligente, escrita e atuada por Maicon Martins, direção de Arthur Diniz, que narra o crime cometido em um hospício por motivos que vão de encontro à descoberta do verdadeiro “eu” do assassino. O que é loucura? O que é amor? O que é liberdade? … são algumas da questões tratadas nesta requintada comédia.

Os créditos do espetáculo se estendem a outros artistas que aceitaram de bom grado participar da concretização deste trabalho: Bruno Pimenta (que assina a iluminação, ao centro na imagem abaixo), Aline Torres (maquiagem e auxílio na sonoplastia, à direita na imagem abaixo) e Tiago Henrique dando suporte em cena e na operacionalizalição do espetáculo. Obrigado a vocês.


O espetáculo participou da edição 2010 da Campanha de Popularização do Teatro de Governador Valadares e se prepara para participar, no próximo dia 21 de julho, do XI FACE - Festival de Artes Cênicas de Conselheiro Lafaiete.

Sucesso!

Artistas valadarenses brilham como jurados no XI FACE

No último dia 16 de julho deu início o XI FACE - Festival de Artes Cênicas de Conselheiro Lafaiete-MG. Como de costume, o festival é divido entre as etapas Regional (de 16 a 20 de julho) e Nacional (21 a 25 de julho).

A etapa nacional do maior festival de teatro do interior mineiro contará com a participação recorde de grupos valadarenses. Serão eles:
  • Arte Fino (Vaca Louca - a reconstituição de um crime)
  • Atrás do Palco (Chapéu de chuva da saudade)
  • Asas do Invento (Mulher de Faces)
  • Trupe Teatral Pitaco (Saltimbancos)
  • Reflexus (Difícil vida fácil)
  • Babacobaco Produções (Elas são do Balacubaco)

Mas, antes de começar a etapa nacional, dois artistas valadarenses já brilham na etapa regional, como jurados.

Aline Torres (Cia de Artes Atrás do Palco, à direita na imagem) e Arthur Diniz (Trupe Teatral Pitaco, ao centro) foram convidados a assumir o difícil papel de julgar os espetáculos regionais. Aceitaram a responsabilidade, não apenas de dar nota nas diversas categorias, mas de ajudar aos membros das companhias julgadas a perceber a situação atual das montagens. Opiniões são sempre bem-vindas e quando proferidas por pessoas que detêm o conhecimento técnico necessário para ter credibilidade as coisas ficam ainda melhores.

Não cabe aos jurados determinar o que é certo ou errado, o que é bom ou ruim... estes paradoxos não existem no fazer teatral. Cabe ao jurado a iniciativa de quantificar e denominar as escolhas cênicas (de direção, maquiagem, figurino, trilha sonora, etc.) mais engrandeceram a montagem como um todo; premiar as escolhas que mais "deram certo" e ajudar aos demais direcionando-os aos pontos que mais necessitam de atenção.

Parabéns aos nossos conterrâneos que, mesmo com pouca idade (o que não limita a qualidade crítica que possuem, e a que recorrerão na análise de cada espetáculo) fazem jus ao nome da cidade de Governador Valadares.

Ver-nos-emos na etapa nacional.

Evoé Baco.

domingo, 4 de julho de 2010

inFORMAÇÃO - formAÇÃO - AÇÃO


É bom ver como o diálogo do fazer artístico já começa a surgir com o pouco tempo de vida deste blog. No post chamado "Pão com Salame e Refrigerante" o artísta Clênio Magalhães (cleniomagalhaes.blogspot.com) colocou o seguinte e maravilhoso comentário, que transcrevo por acreditar que merecia um post. Logo em seguida transcrevo minha resposta, que também foi enviada como comentário deste mesmo post:


Meu caro Maicon, sem falar na quantidade de artistas que se vêem obrigados a deixarem seus lares, sua terra natal, em busca de mais reconhecimento do seu trabalho. Quantos artistas valadarenses estão fora hoje? Pare para contar... é muita gente. Não vou dizer aqui para não ser indiscreto. Chegamos num momento de necessidade de outra alternativa além das leis de incentivo e da licenciatura. Até quando continuaremos tão desconectados do Ministério do Trabalho? Quantas carteiras profissionais de artistas estão assinadas hoje no nosso país? Muito menos do que a quantidade de artistas autônomos que lutam por não deixarem morrer suas profissões.

A Cultura ocupa uma posição entre os 24 MINISTÉRIOS do nosso poder executivo, em 2006 o IBGE junto ao MINC já constataram a existência de 320 mil empresas culturais no Brasil que geram 1,6 milhão de empregos formais, 4% dos postos de trabalho brasileiros. Por que continuamos a receber 0,2% dos 500 a 600 bilhões de reais destinados ao Poder Executivo?

Por falta de sensibilidade social, os artistas deverão cada dia mais, trocar seus laboratórios de criação por escritórios, no dever de prezar pela dignidade de seus companheiros e futuras gerações?Enquanto me deparo com inúmeras respostas banais e até agressivas para esta pergunta, permanecerei defendendo a produção artística como parceira da educação, da saúde, do serviço social e tantos outros departamentos que volta e meia recorrem aos agentes culturais para implementarem projetos de temas transversais.

Sabemos o quanto a arte é útil ao nosso corpo, à nossa mente, aos nossos laços sociais por estarmos dentro. E com a fé inabalável dos sentidos, continuemos gritando aos quatro cantos: Evoé! Pois em meio a tanto ruído do "progresso", quem não gritar não será ouvido.Abraços!



Dando prosseguimento ao diálogo, escrevo:


Caro Clênio,

É tudo um mar de cruéis verdades. Uma das causas para esta tão grande discrepância pode se dar ao fato de que quem administra a cultura, hoje e na grande maioria das vezes, são os próprios artistas, que nem sempre, ou quase nunca buscam embasamento teórico para o ato de se organizar e/ou se mobilizar para determinado fim.

Sem administração (entenda-se pelo conceito de se organizar a fundo, por meio de planejamento estratégico, fluxograma, conceitos de controle, implantação do sistema da qualidade total... um mundo de possibilidades desconhecidas por muitos artistas), sem isso é difícil progredir.

Não vivemos mais na época do teatro puramente mambembe e descompromissado. Ele não pode morrer; mas em tese ele não se enquadra mais à dinâmica do nosso mundo contemporâneo. Não somos artesãos de nossas vidas: somos engenheiros delas!

O sucesso só virá por este “terceiro caminho”, excluindo as leis de incentivo e a licenciatura que você citou, quando cada artista autônomo tiver enraizado dentro de sua mente que ele, enquanto profissional, é sozinho toda uma empresa. E que o bom uso de suas ferramentas de trabalho (seu corpo, sua mente, seu talento, seu existir) é que lhe garantirão sucesso.

Gritaremos e adentraremos nesta nova era da "Gestão Cultural" da "Economia da Cultura" e outros conceitos tão tardios para muitos e tão "a calhar" para outros, mudaremos este quadro... com informação e formação e ação.Mas jamais deixaremos de gritar: EVOÉ!

O MORTO VIVO


Neste fim de semana, 03 e 04 de julho de 2010, foi a vez da Companhia Katarriso de Teatro mostrar a que veio na esfera teatral valadarense, apresentando o espetáculo O Morto Vivo.

Uma comédia familiar por deveras atraente devido à natureza sutil de mostrar o cotidiano. Chafurdamo-nos na rotina a tal ponto que nossas existências dependem de protocolarmos até mesmo as tarefas mais exíguas do devir, do vir a ser parmenidiano. Não temos segurança naquilo o que é nosso se tudo o que nos cerca - objetos, bens, memórias, pessoas... - não nos vier com a posse comprovada através de documentos e papéis, que, infelizmente, valem mais que nossa palavra.

Heitor Ferreira (Jean Carlos), personagem principal da trama, não vivia! O contato carnal com sua esposa, os trejeitos puerís e a carência afetiva não diziam nada ante os persuasivos documentos apresentados à sua esposa pelo Secretário do Setor de Sinistro da Marinha.

- Seu marido está morto! Tenho este documento que assegura sua morte.

A burocracia é tão forte quanto nossa servidão e dependência dela. Quem somos hoje em dia? Existimos fora os números de nosso RG e CPF? Os padrões alfa-numéricos, que, em tese, deveriam nos trazer equivalência ante as esferas do poder público, seja municipal, estadual ou federal apenas nos condenam a abrir mão do bem mais precioso que recebemos: o livre arbítrio. Heitor não tinha escolha quanto ao seu destino, estava morto e apenas ressuscitaria se a burocracia que dantes o matou assim o desejasse.

Cenas rápidas, texto inteligente e afiado, piadas provocantes nada previsíveis, cenário suntuoso que reproduzia fielmente uma sala da classe média alta, desde o piso de taco aos quadros de Leonardo da Vinci; trilha sonora (que transitava dos Beatles à música unchained melody, eternizada como tema do filme Ghost de Jerry Zucker) e figurinos que abrilhantavam a estética que vinha da produção (nota-se pela qualidade do folder disponibilizado, contendo desde a discriminação dos personagens à trajetória da companhia, passando pela sinopse) que denota um amadurecimento profissional na produção artística local.

Peço atenção ao trabalho com os atores coadjuvantes. O rigor técnico da interpretação destes estava inversamente proporcional aos dos atores protagonistas. Salvaguardo o comentário à atriz Gislene Martins cujas falhas e insegurança é perfeitamente justificável pela tempestividade com que recebeu o papel. Abro parentese para a fatalidade que ocorreu com a atriz Ana Márcia que faria a personagem Glória Ferreira (protagonista, esposa de Heitor) e, no dia da estreia perdeu o pai.

Nossas condolências.

Luto real por falso luto teatral fica este trágico episódio como experiência para a companhia caracterizada por seus elencos numerosos e por suas plateias lotadas a sempre dispor de atores/atrizes no posto de coringa.

No mais, Parabéns pelo espetáculo! e esperamos ansiosos pela nova empreitada com o lendário personagem Ed Mort criado por Luis Fernando Veríssimo como paródia das histórias norte-americanas de detetives. Nos dias 25 e 26 de setembro a companhia volta com o espetáculo: Ed Mort: conexão nazista.

Não perderemos por esperar.

Pão com Salame e Refrigerante


Durante as sessões do curso de treinamento no Edital de Seleção dos Pontos de Cultura do Município de Governador Valadares-MG, uma questão foi muito bem discutida. E nem dizia respeito diretamente à pauta do treinamento.

O descaso para com o profissional artista é gritante, ainda mais nos arredores do Pico da Ibituruna.

É um axioma no meio cultural contemporâneo o seguinte quadro: hodiernamente os artistas (seja do teatro, dança, música, etc.) devem tratar a sua paixão como um hobby, uma vez que precisam se alimentar, sustentar uma família, pagar suas contas... e a prestação de serviços culturais que eles praticam, nas horas vagas, não lhes fornece teto suficiente. Tal fato compromete a qualidade de seu trabalho.

O ideal seria que o artista por vocação investisse todo o seu tempo na produção de obras culturais cada mais trabalhadas, com exímia qualidade técnica e conceitual. A prática, pesquisa, experimentação, construção, produção e vivência artística alcançariam um nível profissional e estético altamente embasado. Só que o artista não dispõe de tempo para se dedicar, ele está ocupado demais em seus empregos maçantes que lhe afastam de seus sonhos.

O representante da capoeira em Valadares, Nelson Nielson, lembrou bem uma realidade vivida por entidades artísticas como a Banda Lira 30 de Janeiro: As organizações da cidade aindam convidam e contratam os serviços da Banda oferecendo, em contrapartida, um lanche à base de pão com salame e refrigerante.

O artista não precisa mendigar pão com salame ou qualquer outra fonte de alimentação. Que sejam servidos lanches como complemento e agrado aos prestadores de serviços. Artista, como qualquer outro profissional, vive de dinheiro.

Ninguém oferece pão com salame ao contador que lhe presta serviços contábeis, nem ao advogado que lhe defende ante a justiça.

Tem que se acabar com essa imagem do artista como aquele que porpõe entretenimento como se por trás disso não estivesse horas de trabalho árduo e relação de erros-acertos.

O artista que precisa definhar em trabalhos não-artísticos para sobreviver não deve ser cobrado de maestria profissional. Não é culpa dele se a sociedade empresarial não lhe fornece outra alternativa.

Ou é o pão com salame e refrigerante ou é trabalho de qualidade: qual você escolhe?

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Aberto Edital para Ponto de Cultura


Foi publicado no dia 22 de junho de 2010, no Diário do Rio Doce, o Edital 002 - de Seleção de Pontos de Cultura do Município de Governador Valadares.

Esse edital tem por objetivo apoiar por meio de repasse de recursos financeiros do Programa Mais Cultura - Pontos de Cultura para a concretização de projetos de fomento e formação artístico-cultural da sociedade, principalmente aquele em situação de vulnerabilidade social.

Podem participar quaisquer instituições da sociedade civil sem fins lucrativos e de caráter cultural (que conste no estatuto da entidade). Podem concorrer: Associações, Sindicatos, Cooperativas, Grupos de teatros e etc. É necessária a comprovação de, pelo menos, dois anos de atuação no município. Toda a documentação deverá estar em dia. O edital pode ser "baixado" no site da prefeitura municipal: http://www.valadares.mg.gov.br/.

Aos interessados será oderecido um cursinho preparatório sobre o edital, que acontecerá no 3º andar da Secretaria de Municipal de Cultura, Esporte e Lazer - SMCEL, nas seguintes datas e horários:

Dia 01º de julho (quinta-feira) - das 18h00 às 21h00.
Dia 02 de julho (sexta-feira) - das 18h00 às 21h00.
Dia 03 de julho (sábado) - das 08h30 às 12h00 e 13h30 às 18h00.
Dia 04 de julho (domingo) - das 08h30 ás 12h00.

Serão 05 projetos aprovados focando na diversidade cultural existente no município. Dipostos, geograficamente, segundo o mapa abaixo:


quarta-feira, 30 de junho de 2010

Eleições para reposição de vagas no Conselho de Cultura de GV


Como postado no dia 24 de junho, aconteceu, no Departamente de Cultura da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer de Governador Valadares a eleição para preencher os cargos em vacância no Conselho Municipal de Cultura que eram: 02 (dois) cargos de titular e 03 (três) cargos de suplência.

Compareceram 20 pessoas abrangendo algumas das mais influentes classes de atuação artística da cidade. Membros dos grupos Arte Fino, Atrás do Palco, Trupe Teatral Pitaco e Arte Vida representaram o teatro e as artes cênicas; a poetisa Estela, da Academia Valadarense de Letras representou a literatura; Ronaldo Loiola e Marcelino Ribeiro representaram as artes visuais e as artes plásticas respectivamente; a Presidente da Associação dos Artesãos de Governador Valadares estava por aqueles que desempenham trabalhos manuais; e alguns outros civis representaram toda a população interessada e afim com as causas artísticas.

Sob coordenação de Bispo Filho, Diretor do Departamento de Cultura e João Paulo, atual Presidente do Conselho de Cultura, a eleição começou com a apresentação dos candidatos. Primeira surpresa: o quantitativo de candidatos (quatro: Ronaldo, Fernando, Marcelino e Cláudia) era inferior ao número de vagas existentes. O que acarretou em uma discussão para o ordenamento dos candidatos aos cargos titulares e suplentes.

A Presidente da Assoiação dos Artesãos de Gov. Valadares e única mulher na disputa prontamente se colocou como suplente alegando ser a melhor opção ante a sua inexperiência nesse tipo de representação. Tal iniciativa não surgiu por parte dos outros candidatos. Os varões estavam decididos a ser titulares no Conselho. O que acarretou, finalmente, em uma eleição como pede o figurino: com cédulas e mistério e apuração do resultado.

O resultado ficou assim exemplificado:

  • Titular: Ronaldo Loiola (16 votos)

  • Titular: Fernando Neto (13 votos)

  • Suplente: Marcelino Ribeiro (11 votos)

  • Suplente: Cláudia (escolha própria)

  • Suplente: ( ? )

O terceiro cargo para suplente seria uma icógnita. "Seria", não fosse a presença de J. Pinto Fernandes que nao tinha entrado na história. A metáfora com o poema Quadrilha de Carlos Drummond de Andrade conota a nomeação de Sandra de Oliveira para preencher este cargo mesmo sem estar presente na eleição. A mesma já havia manifestado seu interesse pelo Conselho e, como não havia mais nenhum possível candidato presente e como ela apenas não compareceu por motivos de força maior, a assembleia decidiu, por unanimidade, permitir que ela assumisse o cargo ainda em vacância.


Terminados os trâmites legais, com o Conselho Municipal de Cultura novamente composto, os trabalhos recomeçarão a todo vapor em projetos como a implementação dos 05 Pontos de Cultura aprovados para a cidade de Governador Valadares... bom, mas esta é história para outros posts.


Até lá!

Espanca! uma vida em versos



"Espanca! uma vida em versos" é uma peça baseada na obra poética da poetisa portuguesa Florbela Espanca. Esta poetisa, sempre na vanguarda de seu tempo, não escapou do machismo que assolou sua época. Foi casada três vezes tendo abortado de dois dos maridos. Sofreu humilhações públicas por ter sido, entre outras precocidades, a primeira mulher a freqüentar a Universidade de Lisboa. Entremeio a todos esses dissabores, Florbela Espanca não parou de escrever verdadeiras viagens em cada verso, em cada poema que publicou.
Com adaptação e Direção de Maicon Martins, o processo de criação do texto deu-se através de um complexo e completo re-ordenamento das poesias (pegando uma estrofe desta, com um verso daquela), um retalho poético que narra, com riquesa de detalhes a vida da poetisa com o ultimo marido, até o trágico suicídio com overdose de veronal.

Um monólogo emocionante, encenado por Maicon Martins, "Espanca! uma vida em versos" oferece uma sensação profunda regada a sentimentos fortes, violência doméstica, aborto, e a luta constante e inexorável pelo amor em suas variadas representações."






Recebeu os seguintes prêmios:


  • Ator Revelação (Maicon Martins) - I PROFESTeatro - Congonhas-MG (2009)

  • Melhor Ator (Maicon Martins) - III Festival de Teatro de Rio Espera-MG (2009)
  • Melhor Espetáculo Adulto - III Festival de Teatro de Rio Espera-MG (2009)

Recebeu as seguintes indicações a prêmios:


  • Melhor Trilha Sonora - I PROFESTeatro - Congonhas-MG (2009)
  • Melhor Figurino - I PROFESTeatro - Congonhas-MG (2009)

  • Melhor Ator - X FACE - Conselheiro Lafaiete-MG (2009)
  • Melhor Trilha Sonora - X FACE - Conselheiro Lafaiete-MG (2009)
  • Melhor Figurino - X FACE - Conselheiro Lafaiete-MG (2009)

  • Melhor Espetáculo (Júri Popular) - III Fest. de Teatro de Rio Espera-MG (2009)
  • Melhor Figurino - III Fest. de Teatro de Rio Espera-MG (2009)
  • Melhor Cenário - III Fest. de Teatro de Rio Espera-MG (2009)
  • Melhor Trilha Sonora - III Fest. de Teatro de Rio Espera-MG (2009)


domingo, 27 de junho de 2010

Elas são do Balacubaco

O Teatro Atiaia recebeu, neste fim de semana, o espetáculo comédia "Elas são do Balacubaco" do grupo Balacubaco Produções.


O espetáculo conta a trajetória de duas personagens: Bia e Suelen Cristina em três momentos marcantes na vidade de qualquer ser humano (infância, adolescência e velhice). Neste enredo o universo feminino é abordado sempre de maneira cômica e descontraída.


Ponto positivo para a maneira como os atores: Douglas Leite e Leonardo Brambilha movimentam a troca de personagem. Entrar em cena "de cara limpa" e vestir, literalmente, o personagem afasta da platéia a ideia de dois homens de travestindo no palco (ideia esta quase que enraizada no subconsciente valadarense devido às recentes manifestações de "grupos" que o fazem), e aproximam a platéia do que acontece: dois atores interpretando personagens femininas.


A disposição dos adereços no palco deu-se de forma simples e sem exageros, seguindo a tendência do teatro essencial, fortemente difundido por célebres diretores como Denise Stoklos. Sem excessos nos adereços e figurinos, a trilha sonora deixou a desejar em alguns momentos.


A passagem de tempo e a troca de personagens dava-se ao som de "And all that jazz", com letra e música de Fred Ebb e John Kander respectivamente (consagrada pela versão cinametográfica do musical Chigado), e, numa visão geral destoou levemente a mensagem de duas mulheres brasileiras em suas fases de maturação. Não que a música seja inadequada, mas não foi a melhor escolha.


Outro ponto a se observar é a cena que descreve a adolescência das personagens que ocorre durante uma edição do GV folia. No teatro tudo pode! E não devemos nos ater à verdade, mas, sempre, à verossimilhança. Digo isto por ter sido citado, na peça, a presença do cantor Tomate no GV Folia deste ano (visto pelo abadá do dia de domingo), uma vez que este cantor, por motivos de incompatibilidade de cachets não compareceu nesta edição do mais famoso carnaval fora de época do interior mineiro. Detalhes à parte, a música muito alta nesta cena atrapalhou o desenrolar do texto, sobrepondo-se a algumas das "falas". E qualquer semelhança com o espetáculo Cócegas, trata-se por mera coincidência.


Em contrapartida, a terceira e ultima cena veio reaver o ritmo e a deliciosa comédia do espetáculo. A atuação de Douglas Leite como uma senhora da terceira idade foi encantadora, apoiado, a altura, pela sempre segura atuação de Leonardo Brambilha. Um show a parte esta cena. Não seria de se admirar que desta cena surgisse um maravilho espetáculo também de comédia. Só peço atenção ao São Pedro (personagem que aparece apenas por sua voz), pois, como foi citado, em cena, por Léo Brambilha: "Amador demais!". Nada que não se resolva com árduas sessões de ensaio.


Aplausos em pé para o texto lido no final do espetáculo. Moderno, modesto e hilariante!


Analisados os acertos e desacertos, um bom espetáculo! Engraçado e refrescante.

Fica a dica: De olhos bem abertos para os próximos trabalhos do Balacubaco Produções, que deve vir com o texto "As viuvinhas" ainda no mês de Agosto/2010. Vide arte abaixo:


sábado, 26 de junho de 2010

Stand up Comedy


Abrindo o jornal "Hoje em Dia", no caderno de cultura, percebi que na parte que descreve os espetáculos teatrais atualmente em cartaz na grande BH, 5 dos 6 espetáculos listados se tratava de shows no modelo Stand Up.


O humorista se apresenta geralmente em pé (daí o termo 'stand up'), sem acessórios, cenários, caracterização, personagem ou o recurso teatral da "quarta parede", diferenciando o stand up de um monólogo tradicional.


O que vem a ser o Stand Up todos já sabem, o que me faz postar sobre ele aqui é levantar a questão de o que é atualmente produzido em termos de teatro em solo tupiniquim. As produções de pesquisa têm se tornado escassas, senão extintas... Ora são pessoas engraçadas contando piadas, ora são pessoas sem noção proferindo palavras de baixíssimo escalão e escrachando libidinosidades conseguindo arrancar gargalhadas vazias da platéia.


Estas formas teatrais são extremamente comercial e agradam à maioria das pessoas que desacostumaram a prestigiar obras intelectualmente planejadas. Mas isso, mesmo que indiretamente, compromete o trabalho daqueles que, como este grupo, ainda se preocupam com a qualidade da informação passada àqueles se sentam à frente do palco italiano. Para assistir a um espetáculo teatral.


Sem diminuir a trabalho do Stand Up comedy pergunto onde está o tetro de verdade?

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Dia Internacional do Malabarismo em GV


Acontece no domingo (27 de junho de 2010), na Praça dos Pioneiros, em Valadares, uma comemoração do Dia Internacional do Malabarismo. O evento, que começa às 8h00, contará com uma oficina de malabares com bolas, claves, diabolô, swing poi e aros. Haverá, ainda uma oficina da Historia do Malabarismo. O evento é realizado pelo grupo teatral Território do Avesso.


Pincelada sobre a origem do malabarismo:

Segundo Karl-Heinz no livro "4.000 Anos de Malabarismo", a primeira evidência gravada do malabarismo está em pinturas dos túmulos egípcios que datam de 4000 anos a.C. As pinturas nus tumulos mostram vários egípcios de pé fazendo malabarismos. Uma das figuras mostra um cruzando os braços aparentemente fazendo um "Mills Mess" (truque).
Mais informações podem ser lidas em sites como:

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Memórias do III FACE


Às vésperas do XI FACE - Festival de Artes Cências de Conselheiro Lafaiete-MG, lembro da primeira participação do Arte Fino neste festival que aconteceu no ano de 2002, em sua terceira edição.

Éramos um grupo volumoso se comparado aos dois atuais integrantes e mantínhamos uma forte identidade voyeurista, uma vez que não levávamos espetáculos, apenas participávamos das oficinas em busca - mais de formação do que - de reciclagem (tínhamos em média 15 anos de idade, eu contava com 13).

Três imagens me marcaram bastante neta edição:

  • Um espetáculo que narrava, de trás para frente, os 07 dias criação do mundo. Começando pelo sétimo dia em que o Criador descansou e voltando à estaca zero quando tudo era caos e mais nada. Neste espetáculo - que não me recordo mais o nome nem o da companhia - havia um enorme globo terrestre que em dado momento entrava em chamas. Fiquei alucinado com a estética da cena e da obra como um todo.

  • A escola em que ficamos alojados. Ah! Como era linda com suas portas e janelas extremamente altas e com arquitetura que lembrava os traços bizantinos de formas arredondadas e cômodos amplos e iluminados. Era teatralmente acolhedora aquela escola. Ainda me lembro do cheiro que o chão exalava quando acordávamos naquele frio extenuante.

  • Por fim, a ultima grande imagem que tenho do III FACE foi... bem... ouso dizer que... Para não ter de imitar o "terceiro segredo de Fátima" calando a minha boca bruscamente, digo apenas que foram um conjunto de "primeiras impressões" e "primeiras vivências" em um nicho que, para mim, só existia na distância frígida da televisão ou nas histórias dos reinos muito muito distantes.

Outras imagens e nomes e rostos e risos me veem com menos frequencia e não as incluo aqui para não entediá-lo, caro leitor. Mas, se serve de consoslo, ainda tenho a marca do beijo de Samanta Keller no meu crachá deste festival de há 08 anos atrás.

Eleição para recompor vagas no Conselho de Cultura de GV

A Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer - SMCEL - e o Conselho Municipal de Cultura convidam todos os agentes culturais da cidade de Governador Valadares a participar e a dispor o seu nome na eleição para recompor vagas de conselheiros culturais, que por motivos particulares renunciaram aos seus cargos.
A importância de se preencher tais vagas no Conselho Municipal de Cultura se deve ao fato de que há projetos em andamento e outros por vir que precisarão do parecer deste conselho.
Desta forma, a continuação e concretização de algumas investidas importantes da área cultural da cidade encontra, como gargalo, a vacância de postos no conselho municipal que poderá - esperamos todos que sejam - preenchidos nas eleições que acontecerão:
  • Data: 30 de junho de 2010 (quarta-feira)
  • Local: Galeria Monhagara
  • Horário: 19h00 (dezenove horas)

Venham todos votar e ser votados.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Bairro Santa Rita inaugura 1ª Loteria

Hoje pela manhã o bairro mais populoso da Governador Valadares assistiu à inauguração da sua primeira Casa Lotéria. O que isso tem com arte? Muitas coisas...

O ser humano é um animal fortemente apegado à sorte e carente de crenças, tanto que realizar uma "fesinha" quase que diariamente é um círculo vicioso para muitos brasileiros. Antes, os moradores do Bairro Santa Rita embrenhavam-se em uma árdua procissão ao centro da cidade ou a bairros (não tão) próximos para apostar nos prognósticos ofertados pela loteria federal.

Durante a cerimônia de inauguração uma coisa me chamou muito a atenção, a faixa etária geral das pessoas que ansiavam pelo funcionamento do loteria, eram jovens! Os mais maduros compareceram em peso e ainda representam uma parcela alta na gama geral de apostadores assíduos, mas o jovens contemporâneos ainda alimentam as esperanças de enriquecer rapidamente com jogos de sorte.
Uma vez inaugurada a loteria, foi esplêndido o espetáculo: os apostdores se doavam inteiramente à experiência de "profetizar" as dezenas que seriam sorteadas no sorteio de logo mais. Datas especiais, possíveis sonhos e revelações... tudo era motivo para que mais e mais dezenas fossem marcadas.
A "indústria de sonhos" chamada loteria federal movimenta bilhões de reais por ano, mas boa parte de sua arrecadação tem como destino custear ações sociais como o FIES, o Comitê Olímpico e Para-Olímpicos e, a nossa amada cultura. No ano de 2009 mais de R$ 200 milhões foram repassados ao Fundo Nacional de Cultura.
Mais uma prova de que a sorte dos apostadores pode nem sempre trazer-lhes prêmios a contento, mas a cada tentativa repasses sociais são feitos (sem depender da sorte).
Parabéns aos moradores do Bairro Santa Rita que poderão apostar na sorte e financiar não só a cultura, mas também a educação, esporte entre outros...

terça-feira, 22 de junho de 2010

Preciso demais desabafar...


Peço liçenca a Ivan Lins no trecho da música "Deixa eu Dizer", atualmente gravada na voz de Marcelo D2, que intitula este post de estréia do Blog do Grupo Arte Fino: "Deixa, deixa, deixa eu dizer o que penso nesta vida..."
Quero declarar aberto este espaço de verdadeiros "desabafos" falando da necessidade de se comunicar aquilo o lhe é idiossincrático, a maneira própria de se ver, sentir, entender e reagir aos fatos e ao ambiente que nos cerca. Nós artistas vivemos manipulando símbolos e significados, transmitindo sensações e nos arriscando ao fazê-lo. Nós artistas sentimos a necessidade de trocar experiências e "des-experiências" uns com os outros.
Ou de apenas desabafar.
Não elevarei ao patamar de 'verdade absoluta' nada do que for escrito aqui. Considere tais palavras, caro leitor, apenas como uma opinião passível de réplicas e contra-opiniões... falemos de arte!
Os movimentos culturais deste pedacinho de Minas Gerais e os de longe, as criações artísticas, os estudos, disseminação e análise da cultura, os diálogos e discussões do fazer artístico serão campo de observação e fonte de inspiração para os escritos deste Grupo de Teatro e aprendiz de blogueiro.
"Oh, abre alas, que eu quero passar"...